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Os Fundos de Investimento: Uma Escolha Versátil para Todos os Perfis de Investidores. Seja você um iniciante buscando alternativas à poupança ou um investidor experiente, os fundos de investimento oferecem opções que se adaptam ao seu perfil. Neste artigo, exploraremos as vantagens desses instrumentos financeiros, incluindo a gestão profissional da carteira e a acessibilidade à diversificação, mesmo para investidores com recursos limitados.

Fundos de Investimento: Compreendendo o Conceito

Os Fundos de Investimento funcionam como uma espécie de consórcio financeiro, agregando os recursos de múltiplos investidores para serem investidos coletivamente nos mercados financeiros e de capitais. Os lucros gerados a partir desses investimentos são distribuídos entre os participantes de acordo com a proporção de suas contribuições. O montante total investido pelos participantes constitui o patrimônio do fundo, que é gerenciado por uma instituição ou um profissional designado, conhecido como gestor. As decisões relacionadas ao direcionamento desses recursos devem estar alinhadas com objetivos e políticas predefinidas. O sucesso ou fracasso dos investimentos refletirá na valorização ou desvalorização das cotas dos fundos.

Entendendo o Funcionamento dos Fundos de Investimento

O mecanismo de operação dos fundos de investimento possui suas particularidades, mas é, em sua essência, relativamente simples de compreender. Abaixo, apresentamos alguns aspectos cruciais a serem considerados:

Composição da Carteira e Classificação dos Fundos

Os fundos de investimento têm a flexibilidade de alocar recursos em diversos tipos de ativos, abrangendo ações, CDBs, debêntures, moedas, derivativos e até mesmo investimentos estrangeiros. No entanto, há regulamentações que estabelecem diretrizes para a concentração desses investimentos, visando proteger os interesses dos investidores.

Uma dessas regras diz respeito ao limite de exposição a um único emissor de ativos. Em geral, os fundos não podem alocar mais do que 20% do seu patrimônio em ativos emitidos por uma mesma instituição financeira. No caso de empresas de capital aberto e outros fundos, o limite é reduzido para até 10% do patrimônio, e para 5% no caso de outros emissores. Vale destacar que não existem limitações para investimentos em títulos públicos federais.

Além disso, existem diversos limites e regulamentações relacionados aos tipos de ativos incluídos na carteira e aos investimentos realizados no exterior, detalhados nas diretrizes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Devido à ampla variedade de combinações de investimentos possíveis, os fundos são classificados de acordo com a composição de suas carteiras e os níveis de exposição a diferentes fatores de risco. Essa classificação tem como objetivo simplificar o acesso dos investidores à informação e ajudá-los na escolha entre as numerosas opções disponíveis. Mais informações sobre os tipos de fundos serão abordadas posteriormente neste guia.

Cotas

O patrimônio total de um fundo é dividido em unidades denominadas cotas. Quando um investidor decide aplicar em um fundo, ele está, na verdade, comprando cotas desse fundo. Por exemplo, se você deseja investir R$ 10 mil em um fundo cujas cotas estão avaliadas em R$ 10 cada, você adquirirá um total de mil cotas.

A rentabilidade gerada para o investidor também é calculada com base no valor das cotas. No cenário anterior, se as cotas de R$ 10 valorizarem para R$ 15 ao longo de um ano, isso significa que o retorno obtido no período foi de 50%.

Custos: Taxa de Administração e Taxa de Performance

Para remunerar as instituições envolvidas na gestão do fundo, como o administrador e o gestor, algumas taxas são aplicadas aos investidores. Ao tomar a decisão de investir em uma carteira específica, é crucial levar em conta esses custos, uma vez que eles influenciam diretamente o retorno financeiro. Isso ocorre porque esses custos são deduzidos dos ganhos provenientes da valorização das cotas, proporcionando uma visão clara da rentabilidade líquida.

A taxa de administração é um componente presente em todos os fundos. Ela remunera os serviços de administração e gestão, sendo calculada com base no patrimônio mantido pelo investidor. Geralmente, essa taxa é expressa como um percentual anual, variando normalmente entre 0,5% e 4% ao ano. Importante observar que essa cobrança não é realizada de uma só vez, mas sim de maneira gradual e proporcional ao longo do período.

Por outro lado, a taxa de performance é uma remuneração baseada no desempenho do fundo. Ela representa um bônus que o administrador recebe quando consegue entregar uma rentabilidade superior à de um benchmark previamente estabelecido. Por exemplo, em um fundo de ações, o benchmark pode ser o Ibovespa. Portanto, se o fundo superar o desempenho do índice em um determinado período, uma parcela do ganho excedente, como 10% ou 20%, pode ser direcionada para o administrador.

Tributação e Sistema ‘Come-cotas’ nos Fundos de Investimento

Assim como em outros tipos de investimentos, as aplicações em fundos de investimento estão sujeitas a impostos. Dois dos principais tributos que afetam essas carteiras são o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O Imposto de Renda incide sobre os ganhos dos fundos, ou seja, sobre a rentabilidade obtida. Isso significa que, se um fundo rendeu 10% ao longo de um ano, as alíquotas de IR serão aplicadas sobre esse valor. A tributação dos fundos é dividida em três categorias principais para fins de cálculo do IR:

  • Fundos de Longo Prazo: Com ativos que têm vencimento médio em mais de 365 dias.
  • Fundos de Curto Prazo: Com ativos que têm vencimento médio em menos de 365 dias.
  • Fundos de Ações

A tributação dos fundos de curto e longo prazo segue uma tabela regressiva, dependendo do tempo que o investidor mantém seu dinheiro aplicado. Isso significa que, quanto mais tempo você mantiver seu investimento, menor será a alíquota de Imposto de Renda a ser paga. O IR é retido na fonte e recolhido pelo administrador do fundo. As alíquotas são as seguintes:

Fundos de Curto Prazo

Até 180 dias de aplicação: 22,5%
Acima de 180 dias de aplicação: 20%

Fundos de Longo Prazo

Até 180 dias de aplicação: 22,5%
De 180 a 360 dias de aplicação: 20%
De 361 a 720 dias de aplicação: 17,5%
Acima de 720 dias de aplicação: 15%

Ao contrário de alguns outros investimentos, o IR nos fundos de curto e longo prazo não é cobrado apenas no momento do resgate. Ele é recolhido semestralmente, no último dia útil dos meses de maio e novembro, por meio de uma sistemática conhecida como “come-cotas”. Nesse processo, o administrador calcula a quantia de imposto devido pelos investidores com base na menor alíquota aplicável em cada categoria.

Se um investidor optar por resgatar seus recursos antes do período semestral de cobrança do IR, e as alíquotas aplicáveis forem maiores do que aquelas já retidas pelo sistema de come-cotas, a diferença entre o valor pago e o valor devido é calculada e retida pelo administrador.

Em fundos de ações, a tributação é mais simples. É aplicada uma alíquota única de 15% de IR sobre o rendimento, cobrada na fonte no momento do resgate das cotas.

Quanto ao IOF, esse imposto incide apenas sobre o rendimento nos resgates realizados em um prazo inferior a 30 dias a partir da aplicação. A alíquota varia de 96% a 0%, dependendo do prazo do resgate.

Categorias de Fundos de Investimento

Os fundos de investimento se enquadram em diversas categorias, cada uma com base nas principais aplicações contidas em sua carteira e nas estratégias adotadas. Essa classificação desempenha um papel crucial, tornando mais fácil para o investidor escolher a opção adequada às suas metas. Por exemplo, se o investidor deseja investir em ações, basta que ele analise as alternativas disponíveis na categoria ‘fundos de ações’.

A seguir, apresentamos as categorias mais comuns de fundos de investimento:

Fundos Cambiais e de Ouro

Os fundos cambiais direcionam mais de 80% do seu patrimônio para ativos relacionados a moedas estrangeiras. Os mais reconhecidos são os fundos cambiais do dólar, que buscam acompanhar as flutuações do valor da moeda norte-americana.

Esses fundos podem representar uma alternativa interessante para investidores que desejam proteger seus recursos contra as oscilações cambiais ou que estão planejando uma viagem internacional. O principal risco associado a esses fundos é, justamente, a volatilidade dos preços das moedas estrangeiras.

Fundos de Ações

Para serem categorizados como fundos de ações, é necessário que essas carteiras invistam no mínimo 67% de seu patrimônio em ações negociadas em mercados de bolsa ou balcão organizado. A parcela restante pode ser alocada em outros tipos de ativos. O principal fator de risco associado a esses fundos é a flutuação dos preços das ações contidas em sua carteira. Em geral, os fundos de ações são indicados para investidores com horizonte de investimento de longo prazo, já que a exposição a riscos, em troca da perspectiva de retornos mais substanciais, é significativa.

Fundo Multimercado

Nos fundos multimercado, a estratégia de investimento pode abranger diversos elementos de risco, sem a obrigatoriedade de se concentrar em nenhum em particular. Essas carteiras têm a flexibilidade para alocar recursos em diferentes classes de ativos, incluindo renda fixa, câmbio, ações e derivativos (principalmente para fins de alavancagem).

Fundo de Renda Fixa

Os fundos de renda fixa têm como requisito alocar pelo menos 80% de seus recursos em ativos de renda fixa, tornando a variação das taxas de juros ou índices de preços o principal fator de risco.

Dentro dessa categoria, encontramos diversos tipos de fundos. Os fundos DI são os mais populares, predominantemente investindo em títulos do governo federal, com o objetivo de seguir o rendimento da taxa do CDI. Geralmente, esses fundos são considerados de baixo risco.

Outra categoria é a dos fundos de renda fixa de crédito privado, nos quais a maior parte dos investimentos é direcionada para títulos emitidos por empresas privadas. Por esse motivo, costumam ser classificados como investimentos mais ousados.

Uma terceira e crescente categoria são os fundos de debêntures incentivadas, uma forma de fundo de crédito privado que investe em títulos emitidos por empresas. Uma característica notável desses fundos é a isenção do Imposto de Renda.

Fundo de Previdência

Os fundos de previdência privada são destinatários dos investimentos de indivíduos que aderem a planos de previdência, como os conhecidos PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Esses veículos de investimento oferecem benefícios fiscais com o propósito de incentivar o hábito de poupar dinheiro a longo prazo, principalmente para a preparação da aposentadoria.

Fundo de Investimento Imobiliário

O fundo de investimento imobiliário é um veículo que reúne investidores interessados em participar de empreendimentos imobiliários, sem a necessidade de adquirir propriedades diretamente.

Esses fundos têm estrutura fechada, o que significa que o resgate de cotas não é permitido. Muitos deles, no entanto, estão listados na bolsa de valores e são negociados como ações. Os rendimentos distribuídos por essas carteiras são isentos de Imposto de Renda.

Fundos Mútuos de Privatização (FMP)

Os Fundos Mútuos de Privatização (FMP) são veículos de investimento focados em ações de empresas estatais em meio a processos de desestatização ou capitalização, sendo alimentados por recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Organização de um Fundo de Investimento

A configuração de um fundo de investimento envolve uma série de instituições, cada uma com um papel específico, definido pelas regulamentações e essencial para a operação da carteira.

É fundamental que os investidores compreendam essa estrutura, pois isso os capacita a entender as responsabilidades de cada entidade envolvida e também a identificar a quem recorrer em situações de dúvida ou eventualidades. Continue lendo para obter mais informações sobre esse tema:

Função do Gestor

O gestor desempenha o papel crucial de tomar decisões sobre como alocar o capital investido pelos participantes do fundo. Isso envolve a seleção dos ativos a serem adquiridos ou vendidos, como ações, moedas ou títulos públicos, considerando a quantidade e os preços.

Ao tomar essas decisões, o gestor deve sempre levar em consideração fatores como o potencial de retorno, o nível de risco associado e a liquidez de cada ativo. Além disso, é fundamental que ele esteja alinhado com a política de investimento e os objetivos estabelecidos no regulamento do fundo.

Além de suas responsabilidades de investimento, o gestor também é responsável por estabelecer contato com intermediários que podem executar as operações, como corretoras de valores. Além disso, ele exerce o direito de voto que advém dos ativos mantidos pelo fundo.

Para atuar como gestor, é obrigatório que esses profissionais ou entidades estejam registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles podem ser indivíduos ou empresas, sendo que no caso destas últimas, são conhecidas como ‘assets’.

Função do Administrador

A criação e operação de um fundo dependem de um administrador, que é uma instituição financeira responsável por estabelecer as principais características da carteira, seus objetivos e políticas de investimento. O administrador tem o dever de oferecer uma gama de serviços relacionados ao funcionamento e manutenção do fundo.

Nem todos esses serviços precisam ser executados diretamente pelo administrador, pois ele tem a opção de terceirizar algumas funções. Por exemplo, a gestão da carteira, a consultoria de investimentos, atividades de tesouraria, distribuição das cotas, escrituração de emissão e resgate das cotas e a custódia dos ativos financeiros podem ser delegadas a terceiros.

O administrador assume diversas responsabilidades perante os cotistas e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Isso inclui a divulgação de informações regulares, como o valor das cotas, que deve ser atualizado diariamente, e informações eventuais, como eventos relevantes ou comunicações aos cotistas. Além disso, é obrigação do administrador manter um serviço de atendimento para esclarecimentos e registro de reclamações dos cotistas.

Apenas pessoas jurídicas autorizadas pela CVM a realizar a administração de carteiras têm permissão para atuar como administradores de fundos de investimento.

Custodiante

Embora os ativos que compõem um fundo de investimento sejam selecionados e gerenciados pelo gestor, eles são mantidos sob a guarda de instituições financeiras conhecidas como custodiantes. Além de preservar a custódia desses ativos, o custodiante também é responsável por manter e compartilhar informações relevantes do fundo com os gestores e administradores.

Na prática, o custodiante desempenha diversas funções essenciais, que incluem o registro, a liquidação física e financeira (ou seja, a concretização das compras e vendas) e o exercício dos direitos e deveres associados aos investimentos efetuados pelo fundo.

Auditor

A contratação de um auditor independente pelo administrador é um requisito obrigatório para a operação de um fundo. A principal responsabilidade do auditor é examinar e verificar as demonstrações contábeis da carteira. Essa atividade visa assegurar aos investidores que a administração do fundo está ocorrendo em conformidade com as regulamentações e normas vigentes, contribuindo para a transparência no mercado financeiro.

Assim como o administrador e o gestor, o auditor também deve possuir registro adequado junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para exercer suas atribuições.

Distribuidor

Para que um fundo comece a receber investimentos, é necessário que ele seja disponibilizado aos investidores. Esse processo é conduzido por uma rede de distribuidores, que pode incluir bancos e corretoras, entre outros. Essas instituições são responsáveis por oferecer as cotas do fundo aos potenciais investidores. Os distribuidores podem estar afiliados ao administrador do fundo ou operar de forma independente.

Assembleia Geral de Cotistas

A maioria das decisões administrativas e de investimento de um fundo é tomada diretamente pelo administrador ou gestor. No entanto, algumas questões específicas requerem a realização de uma assembleia geral de cotistas, que é a instância mais elevada de deliberação para um fundo. Estas incluem:

• Modificações na política de investimento e no regulamento do fundo;
• Aumento ou ajuste na metodologia de cálculo das taxas de administração, performance, entrada e saída;
• Substituição do administrador, gestor ou custodiante.

Além de abordar questões como essas, a assembleia geral também deve ser realizada anualmente, permitindo aos cotistas analisar e deliberar sobre as demonstrações contábeis do fundo. Tanto o administrador quanto o gestor, o custodiante e qualquer cotista (ou grupo de cotistas) que detenha mais de 5% das cotas têm o direito de convocar uma assembleia geral.

No entanto, é importante notar que o administrador e o gestor não têm direito a voto na reunião, assim como seus sócios, diretores e funcionários, empresas associadas a eles, prestadores de serviços do fundo e seus sócios, diretores e funcionários.

Os cotistas devem ser notificados por meio de correspondência com pelo menos dez dias de antecedência. Cada cota do fundo confere direito a um voto, e a reunião pode ser conduzida com a participação de qualquer número de cotistas. Além disso, os cotistas têm a opção de votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica enviada ao administrador. As resoluções resultantes da assembleia geral devem ser comunicadas em até 30 dias.

Fundos Abertos vs. Fundos Fechados

É crucial saber se o fundo em que você está interessado é aberto ou fechado, pois isso influencia diretamente na possibilidade de realizar aplicações.

Nos fundos abertos, os investidores podem comprar e vender cotas diretamente nas instituições responsáveis pela distribuição, como bancos ou corretoras, a qualquer momento de sua escolha. Em contraste, nos fundos fechados, a entrada e saída de cotistas ocorrem apenas em momentos específicos.

Os fundos fechados permitem a entrada de investidores durante um período de captação determinado. Após o término desse prazo, não são aceitos novos cotistas, nem novos aportes dos cotistas existentes. A oportunidade de investir no fundo só retorna durante uma nova “rodada de investimentos”.

Da mesma forma, o resgate das cotas também é agendado e ocorre no encerramento do fundo, geralmente alguns anos após o início do período de captação. Se um cotista precisar resgatar seu investimento antes desse prazo, ele terá que vender suas cotas a outros investidores, podendo realizar essa transação em mercados organizados, como bolsa de valores ou mercado de balcão.

É seguro investir em fundos?

Investir em fundos é semelhante a investir em qualquer outra classe de ativos, pois o nível de risco varia de acordo com a expectativa de retorno. Como os fundos podem abranger uma ampla gama de mercados, o grau de risco varia consideravelmente com base na escolha do fundo.

Do ponto de vista da gestão, os fundos têm uma vantagem significativa: eles possuem um CNPJ próprio. Isso significa que os recursos dos investidores são mantidos em uma estrutura separada do gestor ou do administrador do fundo. Portanto, se uma dessas instituições enfrentar dificuldades financeiras, o dinheiro do fundo permanece protegido.

Aqui estão alguns dos tipos de riscos comuns associados ao investimento em fundos:

Risco de Crédito

Se você optou por um fundo que investe em renda fixa, é importante considerar o risco de crédito associado aos títulos presentes na carteira. Esse risco se refere à possibilidade de o emissor dos títulos não cumprir suas obrigações de pagamento, resultando em perdas para os investidores.

Imagine, por exemplo, uma debênture emitida por uma empresa. Os investidores que adquirem essa debênture esperam receber o valor principal investido, além dos juros acordados, em uma data futura. No entanto, existe sempre a possibilidade de a empresa enfrentar dificuldades financeiras e não cumprir integralmente ou a tempo essas obrigações (ou fazê-lo em valores diferentes). Isso é o que conhecemos como risco de crédito.

Em geral, quanto mais sólida for a situação financeira do emissor, menor será o risco de crédito associado aos seus títulos. O oposto também é verdadeiro: emissores com finanças menos robustas apresentam um risco de crédito maior.

Risco de Mercado

Com frequência, um fundo faz investimentos em um determinado mercado, como o de ações, títulos públicos ou qualquer outro, com a expectativa de que esse mercado terá um desempenho positivo. No entanto, por vezes, isso não ocorre devido a eventos inesperados, mudanças econômicas imprevistas ou situações especiais relacionadas aos emissores dos ativos na carteira. A realidade é que algumas situações são difíceis de prever.

As flutuações de preços resultantes de eventos que ocorrem de forma sistemática são conhecidas como risco de mercado. Todos os fundos estão sujeitos a esse tipo de risco, embora existam estratégias para mitigá-lo e proteger a carteira contra essas variações. No entanto, é importante ressaltar que o risco de mercado nunca pode ser completamente eliminado.

Risco de Liquidez

O risco de liquidez envolve a possibilidade de o investidor sofrer perdas devido à incapacidade do gestor de realizar uma operação na carteira sem que isso resulte em uma redução no valor do ativo.

Para ilustrar, imagine que o seu fundo invista em ações que têm uma baixa liquidez no mercado de ações. A dificuldade de encontrar compradores para essas ações pode levar o gestor a adiar a venda ou a ser forçado a conceder um desconto significativo sobre o valor desses ativos. Isso é o que chamamos de risco de liquidez.

Fundos de diversos tipos podem estar sujeitos a esse tipo de risco, dependendo das escolhas de investimento que fazem. Ter conhecimento da composição da carteira é uma maneira de estar preparado para enfrentar esse risco.

Proteção pelo FGC?

Diferentemente de outros produtos financeiros, como CDBs e LCIs, os fundos de investimento não são cobertos pela garantia do Fundo Garantidor de Créditos, também conhecido como FGC. O FGC atua como um seguro, reembolsando os investidores em até R$ 250 mil por CPF no caso de uma instituição financeira sofrer intervenção ou passar por um processo de liquidação.

Vantagens de Investir em Fundos

Depois de absorver todas as informações apresentadas até agora, é natural que você se pergunte por que deveria investir em fundos, em vez de optar por outras modalidades de investimento. Assim como acontece com qualquer produto financeiro, existem vantagens e desvantagens associadas aos fundos.

Entre as vantagens, uma das principais é a oportunidade de contar com a gestão de um profissional especializado, que toma decisões de investimento com base em uma ampla variedade de critérios e análises. Um investidor iniciante, por exemplo, dificilmente teria o conhecimento e a experiência necessários para fazer isso de forma independente.

No entanto, a desvantagem reside no fato de que todas as decisões ficam a cargo do gestor, sem que o investidor tenha a possibilidade de interferir nelas ou selecionar os ativos por conta própria.

Investir em fundos também oferece a oportunidade de diversificar, mesmo com recursos limitados. Isso ocorre porque a carteira de um fundo geralmente é composta por vários ativos, o que ajuda a reduzir o risco de concentração.

Além disso, os fundos podem proporcionar acesso a diversos investimentos que, de outra forma, não estariam disponíveis para investidores individuais. Imagine alguém que deseja investir R$ 500 por mês. Com essa quantia, seria difícil adquirir até mesmo 15 ações de uma empresa como a Vale na Bolsa de Valores. No entanto, é possível investir em um fundo de ações que detém essas e muitas outras ações.

Por fim, algumas categorias de fundos, como os de previdência, permitem a portabilidade. Isso significa que, se você ficar insatisfeito com a instituição financeira em que fez o investimento, pode transferir seus recursos para outra instituição mantendo a mesma modalidade de aplicação. Portanto, os planos do tipo PGBL podem ser trocados por outros PGBLs, enquanto os planos do tipo VGBL podem ser substituídos por outros planos VGBL.

Como Selecionar um Fundo de Investimento

Existem alguns fatores essenciais que devem ser levados em consideração por aqueles que desejam investir em fundos. Esses aspectos são cruciais para a escolha da carteira que melhor se ajusta ao perfil de investimento de cada pessoa. Veja abaixo:

Lâmina

Um passo inicial importante na seleção de um fundo é examinar o folheto informativo das carteiras que despertam seu interesse. Este documento funciona como um resumo que visa simplificar a apresentação das informações cruciais contidas no regulamento e prospecto dos fundos.

Em poucas páginas, seguindo um modelo predefinido, o folheto informativo deve incluir a rentabilidade dos últimos cinco anos, a composição da carteira, as taxas aplicadas e o nível de risco associado ao fundo. Ele deve ser atualizado mensalmente e costuma apresentar dados em gráficos e tabelas para facilitar a compreensão. O administrador é responsável por disponibilizar o folheto informativo atualizado de cada fundo em seu site, de forma acessível e sem a necessidade de senha.

Perfil e Nível de Risco

Certifique-se de que o perfil dos fundos que está considerando esteja alinhado com o seu próprio perfil de investidor. Uma medida crucial nesse processo é a sua tolerância ao risco. Faça perguntas a si mesmo, como qual é o seu nível de conhecimento sobre o tipo de carteira que está analisando e quanto tempo está disposto a dedicar ao seu estudo.

Isso permitirá tomar decisões de investimento mais conscientes. Por exemplo, fundos de ações geralmente têm riscos mais elevados em comparação com os de renda fixa. Você está preparado para isso? Como reagiria se o valor das suas cotas aumentasse ou diminuísse 5% em poucos dias?

Mesmo fundos de renda fixa podem experimentar variações significativas no valor das cotas, especialmente se investirem em títulos de crédito privado ou títulos públicos de longo prazo. Você seria capaz de manter a calma em momentos de volatilidade?

Referência (Benchmark)

Para ter uma compreensão mais clara dos objetivos dos fundos que está avaliando, é útil verificar qual é a sua referência, conhecida como benchmark. Este benchmark é um parâmetro usado como uma medida de comparação para o desempenho da carteira. Por exemplo, fundos de ações podem adotar o Ibovespa, o principal índice do mercado brasileiro, como benchmark. Isso significa que o gestor tentará comprar e vender ativos de forma a acompanhar de perto ou superar o desempenho do Ibovespa durante um determinado período.

Por outro lado, fundos de renda fixa usam indicadores de referência relacionados a esse mercado como benchmark, como a taxa do CDI. Fundos multimercados estabelecem seus benchmarks de acordo com sua política de investimento, podendo adotar o Ibovespa, o CDI ou outros índices relevantes.

Resgate e Liquidez

Quando se trata de escolher um fundo de investimento, é crucial considerar os prazos de resgate das cotas, que devem ser claramente definidos no regulamento. Estes prazos determinam a data de conversão, quando o valor das cotas é calculado para o pagamento do resgate, e a data de pagamento, quando os recursos serão disponibilizados ao investidor.

Vamos considerar um exemplo: suponha que o regulamento de um fundo indique que a data de conversão é D+1. Isso significa que o cálculo do valor das cotas utilizado como referência para o pagamento do resgate será feito um dia útil após a data da solicitação. Portanto, na data de conversão, as cotas podem estar com valor maior ou menor do que na data em que o resgate foi solicitado.

Além disso, esse mesmo fundo pode especificar que a data de pagamento ocorre em D+3. Nesse caso, o dinheiro será depositado na conta do investidor três dias úteis depois. Em alguns fundos, especialmente aqueles com carteiras mais complexas, esse prazo pode ser ainda mais longo, como D+10, D+30 ou até D+90.

É importante observar que alguns fundos podem impor um período de carência, que é um período mínimo durante o qual o investidor não pode solicitar o resgate. Essas características determinam se um fundo possui alta ou baixa liquidez, refletindo o nível de dificuldade em transformar as cotas do fundo em dinheiro disponível.

Taxas

Ao escolher um fundo de investimento, é fundamental levar em consideração o tamanho das taxas cobradas, pois essas taxas afetam diretamente a rentabilidade líquida do investidor. Isso é especialmente relevante no caso da taxa de administração. Quanto à taxa de performance, a análise é um pouco mais complexa.

Como explicado na seção anterior, a taxa de performance é uma remuneração baseada no desempenho da carteira. Ela é aplicada somente quando o fundo apresenta um rendimento superior ao indicador de referência estabelecido (benchmark). Caso contrário, não há cobrança dessa taxa.

Portanto, a presença da taxa de performance, também conhecida como taxa de sucesso, funciona como um incentivo para que o gestor busque obter o melhor desempenho possível. Muitas vezes, fundos que adotam essa cobrança conseguem superar a performance de outros.

Aplicação Inicial

Os fundos de investimento geralmente estabelecem uma aplicação inicial como parte das condições gerais de investimento. Essa aplicação inicial representa o valor mínimo que um investidor deve aportar ao investir pela primeira vez em um fundo. Esse valor pode variar consideravelmente de acordo com o nível de sofisticação e risco da carteira.

Fundos conservadores, especialmente aqueles voltados para investidores de varejo, como os vendidos em agências de grandes bancos tradicionais, costumam exigir aplicações iniciais muito baixas. Em alguns casos, é possível começar com quantias a partir de R$ 100.

Por outro lado, fundos mais arriscados, como certos tipos de fundos multimercados oferecidos por gestoras renomadas, podem requerer uma aplicação inicial mais substancial.

Em corretoras independentes, você pode encontrar fundos que investem internacionalmente com um valor de entrada em torno de R$ 5 mil ou R$ 10 mil. Em outras situações, o requisito mínimo pode ser na casa das centenas de milhares.

Além disso, alguns fundos também estabelecem um valor mínimo para movimentações subsequentes, o que significa que aportes adicionais, após o investimento inicial, também devem atender a um limite mínimo estipulado.

Histórico e Rentabilidade

A avaliação do histórico de desempenho é geralmente uma informação valiosa para os investidores que estão considerando em qual fundo investir. Embora seja importante lembrar que a rentabilidade passada não garante o retorno futuro, a análise desse histórico auxilia na compreensão de como a carteira se comportou em diferentes períodos, tanto em momentos de crescimento quanto em épocas de crise.

Essa análise proporciona aos investidores uma melhor compreensão dos altos e baixos das cotas, preparando-os para enfrentar as flutuações do mercado com mais tranquilidade. As informações relacionadas a esse histórico estão disponíveis nos sites da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), bem como são fornecidas pelos administradores dos fundos em documentos como a lâmina.

Rating

É aconselhável buscar avaliações externas de casas de análise ou especialistas sobre os fundos que despertam seu interesse. Essas avaliações consideram fatores objetivos, como rentabilidade e nível de risco, para apontar as melhores opções disponíveis no mercado.

Um exemplo notável é o rating de fundos elaborado pela Morningstar, uma renomada casa de análise americana presente no Brasil desde 2012. A empresa atribui um máximo de cinco estrelas a cada carteira, sendo que uma maior quantidade de estrelas indica uma melhor classificação. O propósito desse rating é auxiliar os investidores na escolha dos fundos mais adequados às suas necessidades.

O rating Morningstar se fundamenta em três critérios fundamentais: as taxas cobradas pelo fundo, a rentabilidade em comparação com o CDI e a volatilidade. Para receber essa classificação, o fundo precisa ter um histórico de pelo menos 36 meses e um histórico de cinco a dez anos. O rating é revisado mensalmente.

Passos para Investir em Fundos

Agora que você possui todas essas informações, está pronto para seguir um roteiro de passos
essenciais para começar a investir em fundos:

1 – Avalie seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros para determinar quais fundos são mais adequados às suas necessidades.

2 – Pesquise corretoras de valores e instituições financeiras que ofereçam fundos de investimento.

3 – Identifique as opções de fundos disponíveis que se alinham com seus objetivos de investimento.

4 – Estude a política de investimento de cada fundo, utilizando a lâmina e o regulamento do fundo como referência.

5 – Analise o histórico de desempenho tanto do fundo quanto do gestor, observando como eles se comportaram em períodos de volatilidade do mercado.

6 – Procure informações sobre eventuais classificações de qualidade atribuídas por instituições especializadas.

7 – Verifique a taxa de administração do fundo e quaisquer outras taxas associadas. Avalie os valores e as condições impostas.

8 – Entenda as condições de resgate do fundo para garantir que terá acesso ao seu dinheiro quando necessário.

9 – Avalie o nível de risco do fundo, considerando os riscos de crédito e de mercado associados a ele.

10 – Realize a aplicação, ciente de que os rendimentos podem ser tributados semestralmente ou no momento do resgate, dependendo do tipo de fundo.”

 

Dessa forma, você estará mais preparado e informado para investir em fundos de investimento.

 

 

 

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